Por Vivian de Albuquerque
Quando eu era pequena, um dos desenhos de que mais gostava era o dos Jetsons. Família ultra mega moderna tinha esteiras que permitiam o deslocamento pela casa, comidas em pílulas nas quais só era necessário pingar uma gota d’água para se transformarem em um prato gourmet, e tinham até a Rosie, uma robô pessoal que resolvia todos os problemas da casa.
Para mim parecia algo bastante distante. Mas hoje, tenho duas sensações muito nítidas: a de que George Orwell estava certo quando falava do olho que tudo vê; e de que o modelo Jetsons de se viver está cada dia mais perto.
Vivemos sim num grande Big Brother – que o digam os novos testes nas mídias sociais – e corremos sim o risco de perdermos nossos empregos e trabalhos para a inteligência artificial.
Dizem as pesquisas que a substituição deverá ocorrer sobretudo nos países mais desenvolvidos – Japão, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos. E o que mais preocupa é a data: até 2030 um terço dos postos de trabalho nestes países podem ser ocupados por robôs. E a sua profissão? Será que fica ou vai?
Depois que vi a entrevista da Sophia em várias mídias e que vi minha filha conversando sobre comidas preferidas com o OK Google, já não tenho mais certeza sobre nada. Mas reflito… como podemos nos diferenciar, então, das máquinas?
Li hoje uma matéria sobre a procura cada vez maior por treinamentos de Soft Skills. Claro! Eis aí a forma de sermos diferentes e nos garantirmos. Conhecimentos técnicos – os hard skills – podem ser aprendidos, mas os soft skills são muito subjetivos e relacionados às vivências que tivemos.
E está aí o grande pulo do gato. Nós, as pessoas, precisamos buscar o equilíbrio entre hard e soft skills, com a balança pesando um pouco mais – ou bem mais – para o lado soft. Não raro as empresas contratam pelo currículo – hard – e demitem pelo comportamento – soft. Por que não ser mais soft que hard?
Os treinamentos vivenciais trabalham as soft skills. Mostram, com os jogos, traços de comportamento bons e ruins. Coisas a conservar e intensificar; e coisas a serem transformadas. Isso mesmo, comportamento pode ser transformado, desde que se queira, é claro.
E você? Está disposto a transformar seu comportamento e ser uma pessoa mais empática, apaixonada por aprender, colaborativa, empreendedora e com capacidade para gerar mudanças no mundo? Estas são só algumas das soft skills apontadas por especialistas em RH que começam a se aprofundar no assunto.
A empresa – sua ou onde você está – tem cultura para isso? Se preocupa com a motivação de cada um? Dá autonomia? A mudança de comportamento é uma porta que se abre de dentro para fora. Começa em você, encontra espaço no ambiente, e aí sim acontece. Sua profissão vai ou fica? Você… vai ou fica até 2030?
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